sábado, 19 de setembro de 2009

Hoje é dia da virada esportiva!! Então vamos falar de esportes!

Neste fim de semana acontece neste sábado e no domingo a Virada Esportiva, onde se espera que todo mundo faça esportes! Para os paulistanos, basta ver a programação no site e se mexer!! Eu já dei minha pedalada hoje!

Para os fotógrafos de plantão, esta é uma oportunidade para tirar fotos (como se houvesse algum momento onde não existisse a oportunidade de tirar fotos...)! E, portanto, hoje vamos falar de fotografia esportiva!

Possivelmente, os fotógrafos de esporte e fotojornalistas foram os primeiros a entrar no mundo digital: sem filme, imagens mais rápidas, jornal na banca no dia seguinte! Enfim...de qualquer maneira, independentemente da tecnologia utilizada para obter as imagens, um bom fotógrafo esportivo precisa, antes de mais nada, saber o que ele quer obter das imagens. Seguem então algumas regrinhas básicas:

1. Concentração: o esporte é feito de detalhes. Portanto, na maioria das vezes, utilizar uma grande abertura pode garantir que o fundo da foto não atrapalhe o que você quer mostrar




2. Conheça seu esporte
Quanto mais você conhece o esporte, mais você consegue prever quando coisas interessantes irão acontecer. Com exceção de xadrez, bocha, jogo de damas e levantamento de copos, a maioria dos esportes tem movimentos bem rápidos, o que dificulta a fotografia: nunca imagine que o seu dedo é mais rápido do que o soco de um lutador de boxe! O risco de você tirar fotos atrasadas é grande, porque quando o botão disparador da máquina for apertado, o evento já aconteceu e talvez já até terminou.


3. Tire foto do que você precisa! Não há necessidade de tirar foto de tudo o que acontece...muitas vezes um detalhe é mais rico do que toda a cena ao redor
 


Além disso, não se esqueça: a velocidade é algo importante neste tipo de fotografia, permitindo um algo grau de criatividade ao congelar a imagem e borrar o fundo  ou borrar propositadamente a imagem e congelar o fundo, visando denotar movimento.






E, como comentário final, não se esqueça do famoso "making of" ou "por trás das cenas". Isso é sempre interessante






Boas fotos neste dia esportivo!!



domingo, 13 de setembro de 2009

Vamos ser rápidos: o uso da velocidade

Ontem aproveitei o lindo dia para ir ao Parque do Ibirapuera capturar algumas fotos para este post de hoje...mas acabou a bateria da máquina hehehe. Então, inicio este texto de hoje com a dica de ouro: SEMPRE CARREGUE A BATERIA ANTES DE SAIR DE CASA!

Dito isto, vamos para nosso tema de hoje: Velocidade! E com isto, creio que hoje fechamos o básico para tirar umas fotinhas por aí, praticamente um minicurso. Um pouco de composição já foi falado aqui e existiram alguns posts sobre o uso da abertura para alterar a profundidade de campo. Agora falta falar de velocidade e aí será apenas uma grande diversão combinar tudo em diferentes situações.

Mas porque combinar a velocidade com a abertura? Porque ambas dão o controle sobre a exposição, ou seja, o quanto de luz atinge o filme ou o sensor da camera. Nós já vimos que existe um diafragma responsável por controlar a abertura e, consequentemente, a quantidade de luz que penetra na máquina....mas o fato é que este diafragma não é a única coisa a modular a quantidade de luz que sensibiliza o filme/sensor...há também uma cortina móvel entre o sensor e a lente, chamado de Shutter ou obturador.



E é a velocidade com que esta cortina abre e fecha é que regulamos quando alteramos a velocidade de disparo da máquina. E isto é que determina o tempo com que o sensor/filme recebe luz! Portanto, a intensidade de luz é determinada pela abertura, afetando a profundidade de campo, e o tempo de exposição é dado pela abertura/fechamento desta cortina...difícil? Tome uma pausa para o café!

Geralmente a velocidade é dada desde frações de segundo (1/2s, 1/4s, 1/8s, 1/15s, 1/30s, 1/60s, 1/125s, 1/250s, 1/500s, 1/1000s, 1/2000s, 1/4000s, 1/8000s, etc.) até segundos inteiros (1s, 8s, 30s ou mais). Cada máquina possui uma maneira de regular a velocidade, portanto recomendo que leia o manual do seu equipamento. De modo geral, as maquinas profissionais e semi-profissionais possuem um botao, onde basta regular a operação para S (ou qualquer que seja a nomenclatura utilizada pelo fabricante de sua camera) que a máquina deixa você estabelecer a velocidade e ela regula o resto (clique na foto para aumentar).





Como regra geral, velocidades rápidas congelam a imagem e velocidades maiores permitem capturar movimentos.
Sendo assim, vamos ver alguns resultados:

Parque Ibirapuera, 1/2 segundo de exposição

Veja como a imagem está nítida e somente o esportista se encontra em movimento. Esta técnica é ótima para capturar esportes, mas pode ser utilizada de forma bem criativa.Veja a foto abaixo como exemplo.

Velocidade 1/8S


A baixa velocidade permitiu capturar o movimento da água e deixar a cachoeira com este aspecto de leite...Veja como a velocidade altera a percepção e captura de imagens abaixo, nas sequencias de foto com diferentes velocidades tiradas da sacada do meu apartamento:

2,5S


1/2 S



1/13S



Notem nas fotos como a maneira como o movimento dos carros foi capturado. Cabe a você decidir qual velocidade serve melhor aos seus propósitos.

A velocidade pode ser usada também para congelar imagens, como abaixo:

1/500S


Como alimento para a criatividade, inclui uma serie de fotos que obtive no Flick como exemplo:

Foto: Mastrobiggo@Flickr

Foto: Parrita @ Flickr

Bom, agora é por na prática. Semana que vem estou de volta.
Boas fotografias.

Olhar é aprender




Aproveitem o mês da fotografia. Veja só o que está por aí... recortei o texto abaixo do site da folha http://guia.folha.com.br/exposicoes/ult10048u622737.shtml . Vale a pena dar um pulinho nos lugares. Se alguém quiser companhia, me avise :-) . Tem mais coisa acontecendo além de apenas neste domingo. Abracos!

O Guia da Folha Online selecionou onze mostras fotográficas em museus e galerias que abrem as portas neste domingo (13). Comemorado em setembro, o mês da fotografia é bem representado na capital paulista, que não espera a época oficial para encher a agenda cultural de mostras com cliques dos artistas por trás das câmeras.

"Alice Grou"
Obras inéditas de Alice Grou fazem parte da exposição "Foto Grafias". A artista captou imagens detalhadas de galhos e raízes secos que, ao serem reveladas em preto e branco, usando papel algodão, adquirem ambivalência e lembram desenhos a nanquim.
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"Fotografia de Palco"
Cenas de 25 anos do teatro brasileiro, clicadas pela fotógrafa Lenise Pinheiro, estão espalhadas pela unidade do Sesc Paulista. As fotos integram o livro "Fotografia de Palco", lançado em agosto de 2008.
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"Imagens Humanas"
A exposição conta com 70 ampliações do fotógrafo João Roberto Ripper, tiradas ao longo da sua carreira. Um painel com mais de 200 retratos com rostos de brasileiros de diversas regiões, raças e cores, selecionados de seu arquivo pessoal, também compõe a mostra.
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"Olhar Direto: Fotografia de Paul Strand"
A exposição exibe o início das atividades de Paul Strand --nos anos 1910 e 1920, quando ele estava vinculado ao movimento modernista de seu país-- e retratos de comunidades em diferentes lugares do globo, que o artista desenvolveu de forma sistemática, a partir da segunda metade dos anos 1940.
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"Onde a Água Encontra a Terra"
Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a exposição traz fotografias da norte-americana Carol Armstrong e dos brasileiros Fernando Azevedo e Leonardo Kossoy, que discutem as relações entre imagem e teorias da cultura.
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"Origem"
A mostra contará com 34 ampliações de fotos que integram o livro "Origem - Retratos de Família no Brasil", de autoria da retratista brasileira Fifi Tong.
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"Otto Stupakoff"
O Instituto Moreira Salles, na região central de São Paulo, recebe exposição com 70 obras do fotógrafo de moda Otto Stupakoff, morto em abril de 2009.
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"Projeto Parede: Caio Reisewitz"
Abertura do novo projeto do MAM, o Parede Museu, com trabalhos do fotógrafo Caio Reisewitz. O tema abordado é bem atual: preservação da natureza x moradia urbana.
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"Singular/Plural"
A coletiva contempla 18 fotografias dos artistas Kenji Ota, Patrícia Di Fillipi e Paulo Angerami, que integram o acervo do museu e foram selecionadas por Rubens Fernandes Junior.


"Staring Back"
A exposição reúne 200 fotografias produzidas ao longo das seis décadas de carreira do fotógrafo, cineasta e escritor francês Chris Marker.


"Um Acervo em Preto e Branco - Fotografias (1947/1980)"
Exposição apresenta cerca de 80 imagens em preto e branco, feitas por grandes nomes da fotografia brasileira: Boris Kossoy, Claudia Andujar, Carlos Moreira, Cristiano Mascaro, Fernando Lemos, German Lorca e Thomaz Farkas.
Informe-se sobre o evento

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Orientação e Corte

Pois é, entortar a camera produz efeitos diferentes na imagem. Isso decorre do fato que a maioria das cameras produz imagens retangulares e isto então permite diferentes orientações. Geralmente, chamamos a orientação onde o lado maior está na vertical de Retrato e a orientação oposta (com o lado maior na horizontal) de Paisagem. Claro que estes nomes não surgiram do nada e indicam a maneira mais tradicional de se fotografar uma paisagem ou fazer um retrato de uma pessoa.

Além de usar a opção mais simples de apenas girar a camera, o mundo digital nos permite realizar cortes na imagem de forma fácil, sem termos que ir ao laboratório fotográfico para solicitar estas alterações. Cortes verticais e horizontais podem transformar uma imagem medíocre em algo mais interessante ou ainda, permitem alterar as sensações que a imagem pode passar. Inseri abaixo um ensaio de cortes fotográficos em uma foto feita em João Pessoa, PB.

A foto abaixo é a imagem original. Ao tira-la, eu busquei capturar a paz e a solidão da praia. Mas retornar de viagem, percebi que a imagem era um pouco "chata" e não cativava o observador da maneira como eu imagina que poderia fazer.



entao, a imagem abaixo foi gerada. Notem como ela passa uma sensação diferente da imagem original, talvez pela percepção de maior profundidade de campo (embora não exista) e pelo posicionamento do guarda-sol como algo a ser alcançado após caminhada pela areia.



Já o corte abaixo induz a sensações distintas. O uso de um formato paisagem alongado (praticamente um cartão postal) passa uma impressão de algo deserto, talvez abandonado



Depois de todas estas alterações, percebi, para minha surpresa, que o corte inicial era o corte que mais me agradava! E isto serve como um comentário: a experimentação é a base da criatividade fotográfica! Experimente e veja os resultados dos seus testes!

Boas fotografias!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Profundidade de Campo

Enfim, um novo assunto: profundidade de campo. Quando tiramos uma foto, é importante que os objetos estejam em foco. Certo? Depende! Depende por que, como já discutido antes , tudo depende do que o fotógrafo quer mostrar em sua foto. Ou seja, o fotógrafo pode optar por ter TUDO em foco ou apenas um único plano da foto em foco. E o quanto da imagem possui foco antes / após o plano de interesse é chamado de profundidade de campo!

Vejam as fotos abaixo: uma possui grande profundidade de campo (ou seja, boa nitidez ao longo de todo o campo da imagem) e outra não, a qual mostra nitidez apenas no plano da foto.




Tenha sempre em mente que a principal ferramenta de trabalho para alterar a profundidade de campo é a abertura da lente. Ok, ok, mas afinal o que é a abertura da lente?

Basicamente, o termo Abertura, ou f/número ou f/stop, significa o quanto de luz é enviado para o filme ou para o sensor da máquina. Isso significa que uma abertura pequena envia pouca luz e uma abertura grande envia muita luz. E a abertura é controlada por um diafragma que modifica o seu tamanho, conforme a imagem abaixo:



Se convencionou que a abertura das lentes variaria de forma a reduzir pela metade a quantidade de luz frente a abertura imediatamente maior. Matematicamente, o diâmetro do diafragma é reduzido por um fator de raiz quadrada de 2. Isso trouxe uma boa diversão aos fotógrafos, pois a definição dos valores de abertura são dados por uma equação, sendo f = 1/(raiz quadrada de 2 x o número de reduçoes aplicadas ao diafragma). Fácil? Longe de ser fácil!!!!

Vamos para a prática então: quanto maior a abertura, menor será o número pelo qual f será dividido. Ou seja, f/1 corresponde a uma abertura muito maior do que f/22. Veja abaixo:



Ou seja, ao alterar a abertura de sua lente, você altera também a profundidade de campo.

Mas atenção: as lentes estão longe de serem perfeitas! Logo, o uso de aberturas grandes (f/2, p.ex.) pode ocasionar a difração de luz internamente na lente e uso de aberturas pequenas (f/22, p.ex.) pode levar a um aumento das distorções internas da lente e aparecimento de aberrações cromáticas. Logo, a melhor qualidade optica das lentes é geralmente obtida entre f/5.6 e f/8.

No mais, use sua criatividade. Existem momentos onde f/2 será a abertura ideal, pois permitirá transferir toda a atenção para um único plano focal. Em outros momentos, f/22 permitirá a captura de uma imagem em todo o seu infinito...existem jornalistas que defendem apenas "use f/8 e esteja pronto!", ou seja, é o suficiente dos dois mundos. Enfim, a foto é sua! Divirta-se com as fotos abaixo e suas aberturas...e crie suas próprias. Um abraço!

f/11



f/5.6


f/25


f/14